terça-feira, 12 de abril de 2011

OLHARES INDÍGENAS

Por Patrícia Guimarães e Tonica Moura Leite *


O encontro com a própria imagem para aqueles que têm o primeiro contato com a televisão é capaz de gerar um misto de emoções. “Cria expectativa. Onde aparece? Jamais vou aparecer nessas imagens. Não se imagina estar do outro lado, ou dentro do aparelho. O outro beija a máquina. Emociona. Além de emocionar, faz refletir que o mundo pode transformar a gente. Você se torna alguma coisa para outras pessoas”. Desta forma define o poder da imagem Hipãridi Top’Tiro (A’uwe Xavante), que vive há sete anos em São Paulo e é presidente da Associação Xavante Warã.
A imagem reproduzida pela televisão invade o inconsciente das pessoas permitindo que estas façam viagens a lugares até então desconhecidos. Seja por meio de ficção ou de documentários, ela abre um caminho de novidade que, mesmo que determinado local ou cultura já tenham sido conhecidos, transmite a impressão de ser algo novo, pelo simples fato do diferente olhar imbuído na imagem. Nesse âmbito, destacar o vídeo como meio de preservação da memória e de difusão da diversidade cultural torna possível a aproximação de realidades distantes.
E foi por meio da utilização dos recursos audiovisuais que as tribos indígenas do Brasil encontraram a melhor forma de inserir sua cultura na abrangente cultura brasileira. Para tanto, os recursos de imagem passaram a ser utilizados para resgatar a própria cultura, revelando as riquezas dos índios e de seus ancestrais. (continua)

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