terça-feira, 12 de abril de 2011

Vídeo como instrumento de ações políticas








Cada vez mais os indígenas têm demonstrado interesse em utilizar o vídeo como aliado em sua luta. “O povo indígena está consciente de que não é viável usar violência, então vamos agir de outro jeito, na lei do branco, aí eles ficam reconhecendo mais o povo indígena. O objetivo é montar estratégia para se manter nesse Brasil, porque se você não tem estratégia de sobrevivência vai acabar parando na cidade, vai acabar ficando sem reserva”, argumenta Caimi Waiasse.
A utilização da imagem como ferramenta política é o objetivo que as comunidades indígenas pretendem alcançar. No entanto, a falta de democracia da mídia impede o avanço das questões indígenas. A dificuldade em trabalhar para se chegar à falada diversidade cultural ainda é grande, “é ponto de vista mais acadêmico. A discussão avançada está na Universidade, mas não está no povo. Quem domina é a Academia. Queremos que as relações dos indígenas sejam populares, não acadêmicas”, diz Hipãridi Top’Tiro.
Davi Silva, cacique guarani da aldeia Iguapeú (Mongaguá-SP), não participa do projeto Vídeo nas Aldeias, mas acredita que seria interessante ter realizadores indígenas em sua aldeia “porque quem mexe com a nossa imagem é o próprio índio, conhecedor do problema; que está fazendo as imagens para que nossa luta seja realidade”, diz. Nesta comunidade o vídeo tem a conotação de anfitrião. Com o apoio do CTI (Centro de Trabalho Indigenista) os guaranis produziram o vídeo ORE REKU (Nosso Modo de Viver), utilizado para mostrar seus costumes àqueles que visitam a aldeia. (continua)

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